sexta-feira, 22 de julho de 2011

Paixão Junina

O mês de junho já acabou, mas o gosto e o cheirinho de festa junina ainda inebria. O clima é quente de verão amazônico e o sol tão forte, que deixa aquele ardido na pele. Mas não adianta, o bom caboclo vai salivar diante de um panelão de tucupi fumegante e não há de resistir àquela cuia de tacacá carregada no jambu e no camarão, sem esquecer de apimentar com o molho de pimenta murupi. Alguns vão dizer: tacacá tem todo dia. Mas quem é que vai negar que o tacacá da festa junina tem gostinho especial? Tacacá, vatapá, bolo de macaxeira, bolo podre, caruru, banana frita, milho cozido, churros e outras guloseimas menos típicas mas nada menos deliciosas, como aquele espetinho de morangos combertos com chocolate. Ah....as barracas de arraial são mesmo uma festa para os olhos e ainda mais para o paladar.
E o que dizer das danças folclóricas? Grupos de moças e rapazes que economizam, treinam meses, se esforçam para manter viva uma cultura de alegria do folclore brasileiro. Uma salva de palmas para esses jovens! Merecem muito mais reconhecimento. É quadrilha, ciranda, dança do café, carimbó, dança do cacetinho. Tudo bem coreografado e com fantasias caprichadas, coloridas e cheias de brilho. Não tem como não se alegrar. Afinal, a fogueeeeeiiira está queimaaando em homenagem a São João... Isso sem falar das danças árabes. Já viu arraial com dança do ventre? No Amazonas tem. Herança dos imigrantes que encanta.
Também tem as barracas de jogos e brincadeiras. Dizem por aí que em algumas não tem como a gente ganhar. Mas e daí? Compensam o sorriso e o brilho nos olhos da criança que vê pela primeira vez as cores fortes dos peixinhos na barraca da pescaria. E também são só alguns trocados que se vão, com brinde ou não, e pagam o divertimento do povo.
E é claro, aqui tem o Boi Bumbá. Garantido e Caprichoso dando novo significado à palavra rivalidade. Ê Parintins, terra encantada!!! O clima de festa da ilha na última semana de junho enche qualquer coração de felicidade. Tanto que tem gente vindo de tudo que é lugar. Quem vai uma vez e entende o espírito dos bois, não deixa mais de querer voltar. Dois pra lá, dois pra cá pulsando no coração vermelho e branco e o rufar dos tambores refletindo na estrela azul da testa do touro negro. Belas morenas de longos e negros cabelos se exibem na arena enquanto o pajé faz sua magia. O Uirapuru e o Imperador disputam no gogó o amor da galera e batucada e marujada fazem o povo tremer as arquibancadas. Independente do campeão, o que vale é a paixão.
Paixão junina é o que afaga os corações quando chega o São João. Então pula a fogueira, olha a cobra e vai levando no balancê, balancê! Viva Santo Antônio, São Pedro e São João!!!

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