segunda-feira, 25 de julho de 2011

Porra, Amy!!! Rest in peace

E lá se vai mais uma alma atormentada....A Amy era assim, uma alma inquieta, em conflito consigo mesma. Já a conheci meio tarde, nos últimos capítulos da história dela, uma pena. Me identifiquei logo no primeiro acorde, no primeiro lamento de uma voz forte, mas cheia de sensibilidade. Era até bonita a Amy, antes do veneno, antes de amar demais o amor inventado e esquecer de si mesma. Tinha talento, tanto que não cabia em si. Tinha o amor sem fim dos pais, dos fãs. Mas trocou tudo pelo veneno. Alma atormentada. Será isso alma de artista?
Ah Amy...era daquelas que sentia demais. Me fez lembrar Cazuza e Kássia Eller. Tinha o poder de tocar a gente com suas letras, com a voz sem parâmetros. Era branca com voz de negra, dizem. Que nada, era Amy com voz de Amy. Só ela mesmo e suas músicas que cutucam a ferida até o osso. Entendi na hora. Pra mim tem que ser assim. Se a música não provoca nada, não vale a pena. Pra Amy era o contrário, se a vida não provocasse nada, não valia música. Levou o caso a sério demais. They trie to make go to rehab i said no no no...
Cabelão, maquiagem forte deixando os olhos já expressivos ainda mais dramáticos, vestidinhos curtos, justos e com um cinto marcando a cintura já mais fina, consumida pelo veneno. Amy era diferente. Tinha estilo próprio, inspirado nas cantoras dos anos 40, 50. Um ar romântico, mas agressivo. Fui atraída pela estranheza.
Mas porra Amy, não tinha nada melhor pra fazer num sábado em Camden Square? Escolheu o veneno e deu no que deu. Morreu sozinha. Morreu aos 27. Lamento. Amy fez justamente aquilo que queriam seus abutres. Alimentou as aves de rapina que desejavam a morte. Agora está com Jim, Janis e Jimmy, como four litle birds ouvindo Bob num cantinho do paraíso. Não no céu, no paraíso, onde descansa a alma. Assim espero.
Alguns já disseram, Amy já estava morta, só faltava ser enterrada. Pra que autópsia? Todo mundo sabe, foi o veneno. Tolos ignorantes. Amy não morreu do veneno. Morreu de tanto sentir. Sentiu demais e se rendeu à fraqueza.
RIP babe, and never back to black!!!

3 comentários:

  1. Conhecendo agora o teu novo blog e já começei adorando o post. Ainda não aceitei muito bem essa história toda... Sou músico, do tipo que não deixa passar em branco o som e a voz de artistas brilhantes feito Amy Winno.

    Só de pensar que perdi o show dela no Brasil fico triste, mas foi por uma boa causa (minha filha nasceu dias antes). Mas não perdi a oportunidade de 'sentir' com ela, ouvindo suas músicas. Sadicamente realistas, melancólicas, dramáticas, magníficas. Músicas de verdade.

    Amy foi, durante os poucos anos de largo sucesso no mundo todo, o bode expiatório para todos os exemplos de exagero. Bebeu demais, se drogou demais, aprontou demais, se apaixonou demais, se permitiu demais... Viveu - e como todo ser vivo - morreu. Não se sabe ao certo pra onde ela foi, mas certamente seu talento, sua música, sua entrega, sua belíssima voz - sim, ela tinha qualidades! - ficarão marcadas para sempre. Pelo menos para mim!

    "I wish I could say no regrets / And no emotional debts / 'Cause as we kissed goodbye the sun sets / So we are history / The shadow covers me / The sky above a blaze / That only lovers see"

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  2. Também fiquei muito triste com a morte dela. Quando recebi a notícia, no sábado, ao acordar, parecia uma brincadeira de mal gosto. Conheci o trabalho da Amy há uns quatro anos e, desde então, não consegui mais parar de escutá-la. Em vários momentos me identifica com as letras e ia às lágrimas. Ela era intensa e cantava com a alma, tanto que conseguiu resgatar a música negra, o soul, dos anos 40, 50, de uma forma um pouco mais Pop, afinal estamos nos anos 2000, mas não menos verdadeira. Era triste vê-la doente e acabada, mas ainda havia esperança de que ela se recuperasse e nos surpreendesse, mais uma vez, com um ótimo disco. A morte da Amy é a triste certeza de que isso não será mais possível. Foi bom enquanto durou, e mesmo em pouco tempo, ela fez muito pela música e por nós, fãs.

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  3. É companheira, ser artista no nosso convívio
    Pelo inferno e céu de todo dia
    Pra poesia que a gente não vive
    Transformar o tédio em melodia
    Ser teu pão, ser tua comida
    Todo amor que houver nessa vida
    E algum veneno antimonotonia.

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