domingo, 14 de agosto de 2011

Domingão dos pais

          Família reunida, sonzinho tocando, comidinha especial, aquela caixinha de cerveja e muita lorota pra lembrar dos tempos de criança e da juventude do velho. O cenário não deixa dúvida. O domingão é dos pais. Família é tudo. Amigo é bom, mas família é tudo. E as datas de comemoração têm mais é que ser celebradas. Quem diz que não gosta, que tem alergia à reunião de família, ou é ruim da cabeça ou doente mané. Mas tudo só vale a pena, se não for obrigação. Vai dizer que o coração não enche de alegria, quando vê o sorrisão do pai ao receber um abraço e descobrir o presente?
          E os preparativos podem começar até uma semana antes. Só nisso, a casa já fica mais alegre. Mamãe, papai, titia, netinho, todo mundo pensando em acarinhar. Energia boa. Escolher o presente pode dar trabalho, o shopping não é fácil de encarar, mas é gostoso encontrar aquele perfeito, que só o pai vai gostar. Depois a que planejar o cardápio. Aqui, vatapá, pirarucu e picanha de churrasco. Depois, é só afagar.
           Nem sempre fui a melhor filha. Nem sempre, ele o melhor pai. Mas não esqueço de nada e os momentos ruins sempre fazem pensar. Lembro, ainda pequena, deitada sobre o peito do pai, os dedinhos brincando com os pelos do peito e a soneca seguinte na rede embalada na tarde quente da Amazônia. Lembro de tudo, dos carinhos, da peia leve de cinto, do olhar de autoridade, dos conselhos e das palavras duras, às vezes ditas sem precisar. Não esqueça de nada, valorize, agradeça tudo. O bom e o ruim de fez ser quem você é. Te forjou para o mundo.
           Quando penso, tenho vontade de parar o tempo, de voltar no tempo. De ser criança de novo. De correr para o colo dele. Mas o tempo não pára, nem volta.
          Abrace, beije, agradeça, diga "Eu te amo". A vida é um meteoro e um dia ele vai faltar.

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